Feira de Santana

Rodoviários de Feira de Santana ameaçam greve por tempo indeterminado

A insatisfação, segundo o sindicato, não é só dos rodoviários, mas também da população, que convive com problemas constantes na frota.

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade (Arquivo) - rodoviários
Foto: Paulo José/Acorda Cidade (Arquivo)

O transporte público de Feira de Santana pode parar. Os rodoviários ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado, caso não haja avanço nas negociações com as empresas de ônibus. A categoria cobra reajuste salarial, manutenção de direitos e melhores condições de trabalho.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Feira de Santana, Alberto Nery, explicou ao Acorda Cidade que a pauta de reivindicações não é novidade. Segundo ele, o documento foi entregue às empresas e ao poder público há meses, mas até agora não houve proposta.

“Eles estão propondo tirar direitos. Sequer as conquistas anteriores dos trabalhadores eles querem manter. […] Se não houver avanço nas negociações, nós faremos a tramitação que a lei nos permite e vamos à greve na defesa do nosso direito”, afirmou Nery.

Alberto Neri - rodoviários
Alberto Neri | Foto: Paulo José/Acorda Cidade

O presidente do sindicato também lembrou que, mesmo com o reajuste na tarifa desde janeiro deste ano, as empresas seguem dificultando qualquer acordo. “Não se justifica as empresas criarem essa dificuldade de reconhecer o direito do trabalhador, repor o seu poder de compra, o seu salário.”

Entre os pontos apresentados ao Acorda Cidade, está a proposta das empresas de retirar o atual plano de saúde dos rodoviários, que é oferecido pela União Médica.

“Eles estão querendo colocar um plano que não atende aos trabalhadores. Nós temos hoje também o plano odontológico, que foi conseguido através da nossa luta, e a classe patronal propõe tirar para que eles providenciem um mais barato, mas que não contempla o trabalhador”, destacou.

Outro problema é o congelamento do quinquênio — benefício que garantia um adicional por tempo de serviço. “Tinha quinquênio antes da pandemia. Da pandemia pra cá, não conseguimos avançar. Todas as negociações tentamos repor esse ganho e não conseguimos, por conta da dificuldade criada pelas empresas que exploram o sistema aqui em Feira de Santana”, lamentou.

Sobre o reajuste, a categoria pede a equiparação dos salários com os rodoviários de Salvador. Hoje, segundo Nery, a diferença chega a R$ 250.

Incêndio em Ônibus
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A insatisfação, segundo o sindicato, não é só dos rodoviários, mas também da população, que convive com problemas constantes na frota. “Poucos dias atrás, um dos carros pegou fogo. Esta semana teve ônibus que perdeu o freio e se chocou com um poste na descida do terminal central. Então há uma insatisfação não só dos trabalhadores, mas da população”, declarou.

Ainda segundo o presidente, os empresários alegam que os custos de manutenção estão altos, especialmente pela falta de corredores exclusivos que melhorem o fluxo dos ônibus na cidade. Eles afirmam que, só no mês ado, uma das empresas gastou R$ 600 mil em manutenção.

Na sessão da Câmara Municipal desta quarta (21), o vereador Silvio Dias (PT) cobrou que a Prefeitura exija das empresas de transporte público a manutenção da frota. Ele alertou que a situação virou caso de segurança que tem afetado principalmente a zona rural.

O que diz a Secretaria de Mobilidade Urbana

Ao Acorda Cidade, o secretário municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Sérgio Carneiro, afirmou que a Prefeitura acompanha as negociações entre rodoviários e empresas e espera que o bom senso prevaleça.

“Maio é o mês do dissídio dos rodoviários. Essas conquistas que eles obtiveram ao longo do tempo são renovadas ano a ano, com o reajuste de salários e vale-alimentação. Estamos acompanhando, monitorando e participando das mesas de negociação, mas sempre lembrando que Feira de Santana é maior que oito capitais brasileiras, mas não tem orçamento de capital”, disse.

Ele também destacou que o prefeito José Ronaldo está ciente da situação, mantém diálogo com o sindicato e as empresas, e pediu seis meses para organizar a gestão, já que acabou de assumir a gestão da cidade.

“Tanto é que, logo ao assumir o governo, ele pediu um prazo de seis meses para colocar a casa em ordem ao seu feitio, para que ele possa deslanchar o governo com as realizações que todos nós esperamos. Ele está aberto ao diálogo, já recebeu o presidente do Sindicato dos Rodoviários, tem tido interlocução com as empresas e eu tenho o mantido informado de todas as ações. Eu espero que o bom senso prevaleça e que nós consigamos manter as conquistas obtidas até agora e possamos chegar a um número que contemple a categoria, evitando assim qualquer problema na mobilidade da nossa cidade.”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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